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Portugal – Sacos de compras vão ser ecológicos

Fabio Miola

Jornal de Notícias

Partidos e ambientalistas querem plástico biodegradável e recipientes reutilizáveis nos supermercados
alfredo maia

A discussão parlamentar de várias iniciativas legislativas para a redução e eliminação dos sacos de plástico convencionais dentro cinco anos acendeu a polémica, com a indústria a criticar a medida e os ambientalistas a pedir mais acções.

“Saco de plástico é a opção mais ecológica”, assegura a Associação Portuguesa de Indústria de Plásticos (APIP), em comunicado sobre iniciativas para a prevenção e redução destes materiais nos resíduos, que resultou na aprovação, pelo Parlamento, na passada sexta-feira, de uma proposta de resolução do Partido Ecologista “Os Verdes” (PEV) e outra do CDS-Partido Popular, bem como a passagem à discussão na especialidade de um projecto de lei do PSD.

Os sacos de plástico usados nas compras são uma parte importante do problema dos resíduos urbanos, pois muitos não chegam a entrar nos sistemas de reciclagem, sublinham os partidos. O pagamento dos sacos nos supermercados ou a introdução de uma taxa sobrecarregam os consumidores e o recurso a materiais biodegradáveis (“bioplásticos” com resíduos da agricultura) não resolve o problema, nota o PEV.

As resoluções recomendam ao Governo a proibição, até 2013, dos sacos de compras convencionais; campanhas de sensibilização para a redução e cessação do seu uso e substituição por sacos reutilizáveis, alcofas, sacos de pano ou “troleys”; incentivos financeiros ao desenvolvimento e distribuição de plásticos biodegradáveis e à substituição dos sacos convencionais; e melhorias nos sistemas de recolha selectiva de resíduos.

O projecto do PSD visa a redução em 25%, até 2010 e em referência aos valores declarados em 2007, dos sacos de plástico nos estabelecimentos comerciais. Essa percentagem deverá ser de 50% em 2013 e de 75% em 2015, se for aprovado o diploma, que também prevê a disponibilização de sacos biodegradáveis e sacos reutilizáveis e sensibilização ambiental dos consumidores.

Em desacordo, a APIP sustenta que “o impacto ambiental do saco de plástico é reduzido, sendo a melhor opção para o ambiente” e compara os efeitos dos sacos de plástico com os de papel, embora esta opção não conste de nenhuma das resoluções.

A APIP diz que os sacos de papel geram 70% mais poluição atmosférica que os de plástico, que a substituição destes pelos de papel aumentará o volume nos aterros em 160%; que a grande maioria dos sacos de plástico é reutilizada; que a produção destes consome menos de 4% da água necessária para a produção de sacos de papel; e que transporta maiores quantidades com menos emissões de dióxido de carbono.

Comentando a querela para o JN, o especialista em resíduos da “Quercus” Pedro Carteiro acentua que o problema não está no material – papel ou plástico. Os sacos convencionais devem ser proibidos e substituídos por reutilizáveis – de plástico “muito mais resistente”, de pano ou outro material – devem ser pagos pelos consumidores e cobrada uma taxa para um fundo ambiental.

O ambientalista defende a diferenciação (por tamanho e cor) dos sacos destinados à deposição de resíduos, sendo mais caros os destinados a lixo indiferenciado. Quanto aos usados neste fim, recorda que os sacos de compras são geralmente feitos de matéria-prima virgem, pelo que devem ser entregues para reciclagem. Os sacos pretos à venda nos supermercados são de plástico reciclado já no fim de uma cadeia de reutilização e reciclagem.

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