Por Pedro A. Duarte - Agência FAPESP - 12 de novembro de 2024 - Publicado…
Pouso Alegre é a primeira cidade de Minas Gerais a proibir o fracking
Foto: skyscrapercity.com
Impedir a exploração do gás de xisto no Sul de Minas Gerais é vital para preservar mananciais que abastecem milhões de pessoas, inclusive do estado de São Paulo.
Os vereadores de Pouso Alegre aprovaram por unanimidade em segunda discussão na tarde desta terça-feira, 20, o projeto de Lei de autoria de Rafael Huhn que proíbe operações de fracking, inclusive para testes de aquisição sísmica e pesquisas.
É a primeira cidade de Minas Gerais a aderir à campanha Não Fracking Brasil e a banir o fraturamento hidráulico, tecnologia para extração do gás de xisto do subsolo que consome grandes quantidades de água, contamina os aquíferos, polui o ar e provoca doenças graves como câncer nas pessoas.
Com aproximadamente 120 mil habitantes e de base industrial, Pouso Alegre também possui uma produção agropecuária importante que estará definitivamente comprometida caso o fracking aconteça na região.
“O Sul de Minas possui grande riqueza em recursos hídricos e da qual dependem milhões de pessoas e que precisa ser preservada. Pouso Alegre é o primeiro passo para garantir a integridade das demais cidades da contaminação causada pelo fracking”, enfatizou o vereador Rafael.
Para se ter uma ideia da importância da região para o abastecimento público, Extrema é a ‘caixa d´água’ de cidades do Estado de São Paulo e uma das principais localidades que tem parceria com a Agência Nacional de Águas no programa conservador das águas, com prêmios internacionais de reconhecimento. Já Alfenas é uma das principais cidades banhadas pela represa de Furnas e Inconfidentes é cortada pelo rio Mogi Guaçu, que abastece cidades importantes no interior paulista. Sem contar que Estiva, cidade com pouco mais de 10 mil habitantes, faz parte da Bacia do Paraná, que está na rota do fracking. Todas estas cidades irão discutir o PL para a proibição também em seus territórios.
“Vamos ampliar a proibição”
Representantes de movimentos culturais e ambientais da cidade estiveram na primeira discussão realizada na semana passada e de pronto aderiram à campanha, organizada na região Sul de Minas por Renan Andrade, gestor ambiental e coordenador voluntário de Minas Gerais da COESUS – Coalizão Não Fracking Brasil pelo Clima, Água e Vida.
Segundo Renan, o que sensibilizou os vereadores de Pouso Alegre foram as questões ambientais, pois o fracking pode acabar com a produção agrícola, além de agravar a atual crise hídrica na região. Outras cidades mineiras que integram a Bacia do Paraná já estão debatendo a legislação proposta pela COESUS, devendo ampliar ainda mais o alcance da campanha no próximo ano.
“O caminho foi aberto com a aprovação em Pouso Alegre e vamos trabalhar para que Minas Gerais esteja livre do fracking e tenha preservados da contaminação seus recursos hídricos, a produção agrícola, o turismo e a sua gente”, completou Renan.
O apoio ao PL foi unânime, destacando Maurício Tutty, presidente da Câmara Municipal de Pouso Alegre, na foto com Gilberto Barreiro, Lilian Siqueira, Renan Andrade e Dulcinéia Costa.
Fonte – Silvia Calciolari, Não Fracking Brasil de 21 de dezembro de 2016
Fotos – COESUS/350BRASIL
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