Sacolas de feira voltam a ser utilizadas

Cosmo online de 09 de dezembro de 2007

Sheila Vieira

Um varejão localizado no bairro Nova Europa resolveu aderir a campanha de ajuda ao meio ambiente, sobretudo com relação às sacolas plásticas, e está distribuindo sacolas de ráfia para quem visitar o estabelecimento. Conforme Rosane Henrique dos Santos proprietária do Varejão Andorinha, a escolha da ráfia – fio industrializado de palmeira – para a confecção das sacolas retornáveis, foi uma atitude ecológica de conscientização contra as sacolas plásticas que estão poluindo em grande volume o planeta.

“Trabalhamos com produtos da terra e nada mais coerente do que contribuir para a diminuição da poluição por sacolas plásticas”, conta a varejistas que recebe público de bairros como Parque Prado, Nova Europa, Jambeiro, Parque da Figueira e Jardim do Trevo, por conta de o Varejão Andorinha estar estrategicamente localizado na Avenida Baden Power, uma das mais conhecidas da região. Ronase tem como plano abandonar até mesmo o uso de bobinas de sacolas, mas irá depender de reeducação para o uso de bacias na balança, além do que, muitas pesssoas utilizam o filme plástico para congelar alimentos.

Rosane lembra que foram três meses de pesquisa até obter um fornecer das sacolas de ráfia, largamente utilizadas no ramo de sacaria de insumos agrícolas e sementes. Do pedido de cinco mil peças, o fornecedor só entregou a metade na última sexta-feira, início da campanha, que distribui mis de mil sacolas no final semana. A próxima remessa chegará na quarta-feira.

E segundo relato do fornecedor, o exemplo do Varejão Andorinha será seguido por um micromercado de Sumaré, que encomendou a mesma quantidade de peças, que sai a R$ 0,90 cada mais R$0,50 cada silk com o nome do varejão. “Muita gente relembrou que há anos não via uma sacola de ráfia”, comenta Rosane.

E a clientela aprovou a iniciativa, e no estabelecimento, já havia mulheres carregando o alface no braço, ao invés de utilizar uma sacola e depois colocá-la dentro da ráfia. Freqüentadora do varejão pelo menos duas vezes na semana, Ana de Oliveira Lélis, 74 anos, veio buscar um abacaxi e saiu com uma sacola. “São forte e resistentes. Vou levá-la até no supermercado”, diz animada.

Outra moradora do Nova Europa, Edna Gutierres Dourado, diariamente vai até o varejão e achou a iniciativa inovadora na região. “Em nenhum outro comércio recebemos incentivo ao meio ambiente”, observa a cliente, que inclusive reclama da má qualidade das sacolas plásticas da concorrência. “Não tenho mais sacola de feira, mas a que ganhei resgate o hábito de ir ao comércio levando a sacola”, conta.

O técnico em informática Paulo Guilherme Zimbardi e a esposa, Vilma Eleni Zimbardi, deixaram o local com suas respectivas sacolas de ráfia. “Preservar o meio ambiente é importante e é preciso que todos façam a sua parte” , argumenta Zimbardi. Vilma diz que em sua casa há seleção de materiais recicláveis e é possível abandonar o uso das sacolas de supermercado como “saco de lixo” se colocarmos os materiais em vasilhames retornáveis, e se os lixeiros jogassem o lixo no caminhão e devolvessem o tambor.

Esta semana, a Floricultura Xaxim, que fica na Coronel Silv Telles, 251, lançou a campanha “Adote esta Idéia” em que incentiva o uso de sacolas 100% algodão, que pode ser reutilizadas e lavadas muitas vezes. A sacola é uma graça, em algodão crú e com a imagem do planeta terra.