Sacolas de pano vão substituir as sacolas plásticas

A proposta da Apras, em Maringá, é adotar o uso de sacolas de pano, medida considerada ecologicamente correta, substituindo as atuais sacolinhas plásticas 

O diário do norte do Paraná de 21 de dezembro de 2007

A partir do ano que vem, levar as compras do mercado para casa será ecologicamente correto. Atentos aos danos que as sacolas plásticas causam ao meio ambiente, especialmente na demora da decomposição, os filiados à Associação Paranaense de Supermercados (Apras), de Maringá, substituirão o material por sacolas de pano. “Essa medida é urgente, já devíamos estar usando as sacolas retornáveis há dez anos”, diz Tarley Maia Kotsifas, presidente da Apras. Ficará a critério do mercado se a sacola será vendida ou fornecida aos clientes.

Uma lei municipal está sendo elaborada para obrigar os mercados a extinguir as sacolas plásticas das bocas de caixa, com previsão para entrar em vigor em maio, mês de aniversário da cidade. “Será um presente para toda a comunidade”, afirma Kotsifas. De acordo com ele, um grande passo em defesa do meio ambiente foi dado este ano, com a adoção, pelos mercados, das sacolas ecológicas, produzidas em material oxibiodegradável. “Elas poluem menos mas estão longe de ser a solução. Por isso decidimos abolir as sacolas plásticas”, ressalta Kotsifas.

A exemplo das sacolas oxibiodegradáveis, a iniciativa pelo uso das sacolas retornáveis nas compras de mercado partiu da organização não-governamental FUNVERDE, de Maringá.

O kit com cinco sacolas (três de lona 100% algodão e duas de lona de caminhão) está sendo vendido a R$ 50 na página da ong na internet. “As vendas do kit começaram no dia 1º de dezembro. Até agora foram 160”, diz Ana Domingues, fundadora da ong. Confeccionadas em Maringá com tecido comprado em Apucarana, as sacolas retornáveis estão em cidades dos Estados de Pernambuco, São Paulo, Espírito Santo e Rio Grande do Sul.

Antecipando a ação da Apras, parceira no incentivo ao uso das sacolas retornáveis, a Funverde vai expor os produtos em lojas das redes Cidade Canção, São Francisco e Bom Dia já a partir de janeiro, para familiarizar os consumidores com a proposta de voltar aos tempos da vovó. Os ?embornais? ou ?picuás? iam de casa para a mercearia e voltavam cheios de compras. “O plástico é praticamente indestrutível. O uso de sacola retornável é um caminho sem volta, e necessário”, garante Ana.

Cada sacola do kit da Funverde substitui cinco sacolas plásticas cujos valores podem ser abatidos do total da compra. “Ganho R$ 0,60 de desconto nas compras na frutaria por levar as sacolas retornáveis”, afirma a presidente

O empresário Cláudio José Jorge, presidente da Funverde, espera que até 2010 as sacolas retornáveis estejam sendo usadas em todos os mercados do Paraná, da mesma forma que ocorreu com as sacolas oxibiodegradáveis. Criadas em Maringá, ganharam o Paraná e hoje são usadas em cidades de diferentes Estados.

A Funverde investe a renda obtida com a venda das sacolas retornáveis nos projetos ambientais da ong, principalmente o Mata Ciliar, que replanta árvores nativas em 32 rios e 68 nascentes da região.