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Santos multará quem não separar o lixo

Para prédios e estabelecimentos comerciais, as multas variam de R$ 10 mil a R$ 50 mil (Alberto Marques/AT)

Santos começará a multar quem não separar corretamente o lixo dia 22, com o início da fiscalização do Recicla Santos, lei municipal que criou o Programa Socioambiental de Coleta Seletiva Solidária. Não só residências, mas também prédios comerciais já se mobilizaram para evitar prejuízos. As multas podem chegar a R$ 10 mil para os grandes geradores domésticos e a R$ 50 mil para estabelecimentos comerciais.

A regra é simples: basta separar o lixo orgânico (úmido) do reciclável (seco ou limpo) para evitar multa. A coleta no Município continuará igual, sendo diária para lixo comum e semanal para o limpo. Só perderam o direito de utilizar o serviço de coleta gratuita os grandes geradores comerciais, que terão de arcar com os custos sozinhos de retirada do lixo orgânico.

A dificuldade maior, hoje, é para condomínios cumprirem a lei, já que todos podem ter que dividir uma multa, caso apenas um condômino a desobedeça. Por isso, síndicos fortalecem a comunicação em prol da conscientização.

A única preocupação extra é que endereços residenciais que ultrapassam a emissão de 120 quilos ou 200 litros de lixo produzido ao dia devem apresentar, caso solicitado pela Prefeitura, documento sobre qual foi a destinação dos reciclados – naturalmente esses locais não conseguem juntar recicláveis por uma semana e, consequentemente, contratam empresas para dar a destinação correta.

Nivio Christiano Jensen Junior, de 54 anos, síndico do Condomínio Douradinho, no Gonzaga, está tranquilo. Emseu prédio, de dois blocos e 20 apartamentos, os moradores já têm o hábito de separar o lixo há pelo menos quatro anos.

“A gente tem lixeiras próprias para lixo limpo e só alguns condôminos ainda têm dificuldade em separar. Mas para evitar problemas, fazemos uma triagem antes de os sacos irem para a rua. Uma funcionária passa o lixo reciclável para sacos maiores e, quando vê algo que cheira mal, pois ficou com resto de comida, já descarta”, explica o síndico, lembrando que lá são cerca de um ou dois contentores de lixo ao dia. De lixo limpo, são cerca de três na semana.

O sistema é bem diferente no condomínio onde Leonardo Mendes Leal, de 34 anos, é síndico. Ele mora no Acquaplay, no Marapé, onde há oito torres e 1.435 apartamentos. Apesar da dificuldade maior no gerenciamento, tudo tem dado certo, conforme garante. Já para prevenir problemas, há três meses uma empresa retira o lixo reciclável do local, diariamente, e emite certificação, como exige a lei. “O morador tem a responsabilidade de descer o lixo e separar. A empresa passa e recolhe os recicláveis. A gente preferiu tomar conta em vez de esperar o caminhão da prefeitura, pela quantidade”, diz Leal, ao complementar sobre as multas: “Provavelmente pelo receio de pesar no bolso, aumentou muito a separação. Não sabemos o quanto, porque antes não era medido. Mas se tínhamos 14 contentores de lixo úmido por dia, agora são de nove a 11 e a quantidade de lixo limpo aumentou”.

Marcos Liborio, secretário de Meio Ambiente de Santos, explica que o foco da lei é justamente reduzir a quantidade de resíduos descartados, o que já tem funcionado. “Santos está reciclando 60% mais do que em julho, data do início da lei”. Nesse mês, a Cidade coletou 422 toneladas de recicláveis. O aumento de 60% representaria cerca de 675.2 toneladas, ou seja, 253,2 toneladas a mais.

Inicialmente, a fiscalização priorizará locais onde a adesão não foi intensa e houve denúncias, além dos grandes geradores de lixo, tanto comerciais quanto residenciais.

Para denunciar, basta fazer contato com a Ouvidoria Municipal pelo é 0800- 112056, de segunda a sexta, das 8h às 18h.

Fonte – A Tribuna de 13 de novembro de 2017

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