Por Ellen Nemitz · ECO - 18 de dezembro de 2024 - Câmara ressuscitou “jabutis” da…
Semanário FUNVERDE – 25 de outubro a 2 de novembro de 2019
No dia 29 de outubro de 2019 das 19hs até 23hs, o Claudinei Vecchi e o Cláudio da FUNVERDE participaram da conferência pública referente aos loteamentos contíguos ao perímetro urbano de Maringá.
Foi um pedido do ministro público em razão de haver loteamentos irregulares e outros em andamento na prefeitura, mas que estavam suspensos os processos por inconsistências nas leis vigentes.
Foi aprovado pela maioria que os processos já protocolados junto a prefeitura, poderão ser aprovados uma vez que estejam ligados em um lote já urbanizado, não podendo incorporar a outros lotes fora do perímetro da cidade.
Não poderá ser aprovado se o lote lindeiro dentro do perímetro ainda não estiver urbanizado, para não se criar vazios urbanos.
Os loteamentos serão para construção de moradias de interesse social, cabendo ao empreendedor doar a prefeitura 5% em área construída ao município e os terrenos serão de 300 m2.
Caso o empreendedor queira fazer moradias que não sejam de interesse social, terá que doar 10% da área construída ao município e os terrenos serão de no mínimo 400 m2.
Em compensação, esta foi uma semana sem chuvas no Bosque Sensorial Ana Domingues mas, devido à forte chuva da semana passada, a terra permaneceu úmida. Como resposta, tudo se desenvolveu e floresceu a olhos vistos, criando e atraindo vida.
Em uma volta no interior do bosque nestes dias quentes, um visitante pôde degustar direto do pé, bacuparis, acerolas e pitangas e, com sorte, uma ata. Mangas maduras agora caem dos pés, perfumando o ambiente, e ainda se encontra amoras em uma das amoreiras, toda temporã. As seriguelas e algumas caramboleiras estão carregadas, e logo teremos os primeiros frutos maduros da temporada. As primeiras goiabinhas começam a se desenvolver, e as pequenas calaburas – plantadas a menos de um ano – estão cheia de flores.
Como parte das atividades de sábado, dia 2 de novembro, havíamos programado uma visita a um dos fundos de vale que foi recuperado pela FUNVERDE a mais de treze anos. O local escolhido fica situado no córrego Mandacaru, na altura da Avenida das Palmeiras.
Veja a relação cronológica das fotos históricas do Google Earth.
Primeiro foto de 2006 – Época que foi feito o plantio
Agora veja como estava em 2012
E agora a última imagem do Google Earth de 2018
Nós encontramos logo após as 15 horas no entroncamento da Avenida das Palmeiras com o córrego Mandacaru, onde há muitos anos colocamos uma placa identificando nosso trabalho naquela área. Estávamos em dezessete pessoas entre os estagiários e os voluntários da FUNVERDE.
Iniciamos nossa visita ao fundo de vale ao lado desta placa e pudemos constatar, logo no início, uma floresta já consolidada. Escalar barrancos, tropeçar, escorregar, levantar e seguir em frente era exatamente como faziam e agiam os mateiros que abriram as picadas no início da colonização de Maringá e região. Realmente foi algo difícil para nós que nem imaginávamos as dificuldades de se andar no mato fechado. Tanto que, com a dificuldade de se andar na área revegetada, passamos a andar no leito do rio, por cima das pedras.
Infelizmente, naquele fundo de vale, como em todos os demais, pudemos verificar a existência de muito lixo trazido pelas pessoas e as recentes chuvas – basicamente garrafas, plásticos, isopor, latas, pedaços de tecidos, etc. Tudo que a população joga pela boca de lobo acaba chegando à parte mais baixa, terminando nos córregos e rios. Assim, mostramos a todos, na prática, a necessidade de educação ambiental para os “pequenos” e aplicação de multa para os “grandes” a fim de mudar este quadro de excesso de lixo descartado em locais impróprios.
Veja como estava de lixo naquele fundo de vale
Andando sobre as pedras
Veja que o Luerti estava com problemas para andar por cima das pedras
Momento de descanso, afinal, a temperatura estava bem acima dos 35 graus
O córrego é muito bonito
Veja como cresceram as arvores após mais de dez anos
Depois do excesso de lixo, outro momento triste da nossa visita foi termos encontrarmos uma área com um projeto similar de replantio de fundo de vale, muito recente, logo após o término da nossa área reflorestada, com a grande maioria das arvores plantadas já mortas. Alguém ateou fogo no capim seco, se alastrando para toda área deste replantio. Um trabalho enorme que foi perdido! É bastante provável que o incendiário seja algum morador das casas adjacentes.
Diante deste cenário, aproveitamos para falar das dificuldades que enfrentamos durante o desenvolvimento do projeto Fundo de Vale, principalmente com relação às queimadas nas épocas de seca, invasão por animais, vandalismo nas árvores recém-plantadas e à forte hostilidade da vizinhança.
Na foto abaixo, estamos comentando sobre os problemas que havíamos enfrentado durante a operacionalização do projeto de revegetação dos fundos de vale
Por outro lado, todos puderam constatar que, onde há treze anos existia um vazio, agora temos uma bela floresta. E este foi o objetivo principal da visita: inspirar a todos os presentes no sentido de replicarem o projeto de revegetação de fundo de vale onde for possível!
Todos puderam sentir a emoção de se ver as árvores plantadas – pau-brasil, goiabeiras, araçás, peroba e outras – já com muitos metros de altura, e como em pouco mais de 10 anos a floresta se recuperou completamente, mostrando que este é um trabalho que realmente vale a pena, pois traz como benefícios a proteção das nascentes e do córrego, o aumento da biodiversidade e até mesmo a valorização dos imóveis da região.
Com o aumento rápido do nível da água quando chove, a terra da margem tende a ceder por força da correnteza, tendo como resultado o assoreamento do rio e o alargamento das margens. Verificamos que, com o crescimento das arvores, as margens do córrego não se alteraram – coisa comum nos fundos de vale. No caso desta área, ela se manteve como era há 13 anos. Assim, pudemos mostrar a todos que estiveram conosco um legado deixado pela FUNVERDE e pela determinação da dona Ana Domingues, que criou esta entidade a mais de 20 anos.
Foto mostra a margem estável, apesar da altura
Enfim, a cidade de Maringá e seus habitantes irão se beneficiar deste projeto e de outros desenvolvidos pela FUNVERDE por muitos anos.
Saimos do fundo de vale e voltamos pela rua lateral
Vista da rua, onde podemos ver as arvores já grandes
Nesta foto, mostra que a vida voltou a esta área, antes completamente desprovida de vida
Em seguida, fomos para nosso merecido happy hour!
–
Veja agora como foi o plantio desta área em 2006. Quem tem ação e tem fotos, pode mostrar como era e como ficou
Primeiro, a equipe, comandada pela Dona Ana Domingues, dentro do carro, que gritava mais do que qualquer coisa!
O Charles estava lá em 2006 e estava novamente em 2019 – Parabéns a nós Charles!
Dona Ana escolhia as mudas, o pessoal do viveiro levava para nós no fundo de vale e nós plantamos
Veja que a Dona Ana, pela impossibilidade de locomoção, ficava dentro da Cherokee gritando, faça isso, agora aquilo…
Veja que não tinha quase nada
Todas as vezes que passamos perto dos locais que fizemos a revegetação, é uma alegria enorme. Ver um fundo de vale reconstituído, realmente não tem preço!
Este Post tem 0 Comentários