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Sete anos depois, estabelecimentos voltam a distribuir sacolas plásticas a consumidores

Sete anos depois, estabelecimentos voltam a distribuir sacolas plásticas a consumidores

Poucas pessoas aderem à sacola retornável em Xanxerê (Foto: Patrícia Silva/Lance Notícias)

Já se passaram sete anos deste a implantação do projeto que visa a utilização das sacolas retornáveis nos supermercados de Xanxerê. Na época, Xanxerê foi tomada como exemplo para diversos outros municípios e estados, já que foi a primeira cidade a aderir a abolição das sacolas plásticas no Brasil.

Tanto tempo depois, o que se esperava era que a população xanxerense já estivesse acostumada à mudança e o uso da sacola retornável fosse algo natural, o que ainda não é.

Conforme dados de Edson Marció, presidente dos sindicados do Comércio e Varejista de Xanxerê e Comercio varejista de Gêneros Alimentícios, o impacto no uso do plástico foi imenso quando o projeto foi implantado, “não podemos ignorar isso, pois o fato de cobrar um percentual de cobrança fez com que as pessoas utilizassem apenas o necessário. Em muitos casos o produto já vem embalado, não é necessário utilizar uma sacola”, conta.

Sacolas voltam a ser entregues

No entanto, Edson conta  que há muitos clientes que ainda pedem pela sacola, “a gente quando empresário, nos preocupamos com a opinião do nosso cliente, é difícil para mim ir contra a vontade do cliente por que sempre tem alguns que pede pela sacola. Hoje alguns mercados vendem as sacolas a 10 centavos cada e outros dão”, explica.

Marció destaca ainda que nos últimos meses diversos estabelecimentos têm cedido a pressão dos clientes e voltaram a distribuir as sacolas plásticas como antes, “me incomoda um pouco essa possível perda de continuação do projeto, eu não gostaria de desistir, mas claro que muitas vezes sofremos uma pressão do cliente, muitas vezes dos concorrentes. Vejo em São Paulo que isso virou lei, talvez, futuramente isso venha a virar lei aqui no município também. Eu vejo que este é um projeto com resultados que serão percebidos dentro de 10, 20 anos”, finaliza.

Coleta de lixo

O descarte correto do plástico esbarra, porém, no deficiente sistema de coleta de lixo do país. Dados de 2014 do Sistema Nacional de Informações de Saneamento (SNIS), do Ministério das Cidades, constataram que a prática da coleta seletiva ainda está longe da realidade da população brasileira.

O número de casas atendidas por serviços de coleta regular de lixo aumentou entre 2013 e 2014. O deficit de atendimento, no entanto, ainda é grande: 17,3 milhões de pessoas moram em regiões sem nenhum tipo de coleta, a maior parte em zonas rurais e pequenos municípios. Se a coleta regular não é universal, mais rara ainda é a seletiva, encontrada hoje em apenas 1.322 dos 5.561 municípios do país, pouco mais de 20% do total.

As informações coincidem com levantamento da Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe), feito no ano passado, logo após a entrada em vigor da Política Nacional de Resíduos Sólidos. O estudo revelou que dos 64 milhões de toneladas de resíduos produzidos pela população, 24 milhões, ou seja, 37,5% foram enviados para destinos inadequados. A pesquisa envolveu 400 municípios, abrangendo 91,7 milhões de pessoas. Por dia, o brasileiro gera, em média, um quilo de lixo, de acordo com a Agência Senado.

Fonte – Patricia Silva, Lance Notícias de 05 de julho de 2016

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Baixa adesão das sacolas retornáveis em Xanxerê será discutido na Câmara de Vereadores

Sete anos se passaram desde a instalação do projeto da sacola retornável nos supermercados de Xanxerê. O município se tornou exemplo para outras cidades, já que foi a primeira cidade a aderir a abolição das sacolas plásticas no Brasil. Mas, hoje a realidade é outra.

Mais de 90% dos supermercados voltaram a distribuir as sacolas plásticas para os clientes. Buscando conscientizar a comunidade da importância do uso da sacola retornável, Edson Marció, presidente dos sindicados do Comércio e Varejista de Xanxerê e Comercio varejista de Gêneros Alimentícios, deverá utilizar a tribuna da Câmara de Vereadores nesta noite para abordar o assunto.

“A ideia hoje é compartilhar com todos a situação do nosso município. O projeto já tinha sido adotado há sete anos e agora começa a perder adesão. Eu quero colocar o que ocorreu nesse processo, como o projeto funcionou e a que rumo tomou. As pesquisas da época mostravam que 85% dos xanxerenses aprovavam a utilização da sacola retornável, queremos saber o que aconteceu durante esse processo, se ele deu errado, se precisamos ajustar algo. Nós fomos reconhecidos e respeitados por isso, nos últimos 90 dias eu recebi duas pessoas que se interessavam em implantar isso no seu município, mas eu fiquei sem resposta”, comenta.

Fonte – Patricia Silva, Lance Notícias de 26 de outubro de 2016

Analisando o caso de Xanxerê, que 2009, por iniciativa da sociedade civil organizada, conseguiu diminuir em mais de 90% o uso das sacolas plásticas de uso único e se tornou exemplo para o país e agora teve esse retrocesso – pesquise por Xanxerê na página da FUNVERDE -, concluímos que a única solução é proibir ou cobrar pela sacola plástica de uso único, mas não 3 centavos, 10 centavos, temos que cobrar um valor significativo – no mínimo 30 centavos, preferencialmente 1 Real a unidade – para provocar a reflexão do consumidor, para ele entender que tudo tem um custo e o custo da sacola é ambientalmente altíssimo, pois é usada no máximo por meia hora e fica poluindo o planeta por mais de meio milênio.

Hoje o consumidor nem percebe a sacola, pega automaticamente, assim como as garrafas PET, long neck e de alumínio das bebidas ao invés de usar embalagens de vidro retornáveis, produtos com sobreembalagens… O que importa é consumir, nem que se consuma o mundo.

O problema é que recursos naturais foram extraídos do planeta – recursos finitos – usados para fabricação de produtos em grande maioria dispensáveis e ao não se reciclar nem 1% de tudo o que é retirado do planeta para fabricação de produtos suprir para a necessidade dos consumistas, roubamos terra fértil para construção de novos lixões ou aterros – muda-se o nome mas é roubo de terra fértil da mesma maneira – cada vez mais rapidamente, no mesmo ritmo em que cresce a quantidade de lixo gerada pelo consumo desenfreado.

O ciclo comprar, consumir, não reciclar e enviar aos lixões ou aterros não é percebido, afinal, quando você põe o lixo para fora de sua porta, é como se ele magicamente desaparecesse.

População mundial crescendo, consumo crescendo x recursos naturais finitos em um único planeta, o único do qual tiramos todos os recursos para sobrevivermos e que em agosto já retiramos do planeta recursos que demoram um ano para serem regenerados pelo planeta. Algo tem que mudar, concorda? Temos que mudar nosso estilo de vida  e a mudança tem que começar em cada ato, cada pensamento. Temos que sair do piloto automático e pensar que tudo que fazemos tem consequências, cada jeans que compramos usa terra fértil, muita água e produtos químicos. Cada garrafa de água mineral consumida vai se transformar em mais lixo que não será reciclado. Estamos em uma encruzilhada, ou mudamos nosso estilo de vida ou a humanidade deixará de existir brevemente.

E o que isso tem a ver com sacolas plásticas de uso único? Tudo, pois elas são o símbolo do consumismo, pois tudo o que se compra – a grande maioria das vezes sem necessidade de comprar, é o comprar por comprar – vem embalado nessas sacolas que serão utilizadas por meia hora e na maioria das vezes são dispensáveis, pois o que se compra já vem embalado e não podemos nos esquecer de nossas aliadas, as sacolas retornáveis que podem ser usadas por décadas.

Portanto, banir, taxar, multar, são as soluções, esqueça educação ambiental pois cada único humano é um grande egoísta, só pensa em seu próprio umbigo, não pensa na coletividade e nunca pensará.

Saiba mais

Recursos naturais renováveis, como o próprio nome indica, são aqueles que são inesgotáveis (como a luz solar e os ventos) ou aqueles que possuem capacidade de renovação, seja pela natureza (a água, por exemplo), seja pelos seres humanos (os vegetais cultivados na agricultura). Recursos naturais não renováveis são aqueles que não possuem capacidade de renovar-se ou que a renovação é muito lenta, levando milhares de anos para ser concluída. É o caso do petróleo, que leva um longo período geológico para formar-se, mas é retirado rapidamente graças ao desenvolvimento de técnicas específicas. Os minérios em geral (ouro, cobre, ferro e outros) são exemplos de recursos não renováveis que podem esgotar-se no futuro. É válido lembrar que até mesmo alguns dos recursos renováveis poderão se tornar mais escassos caso sejam utilizados indevidamente. A água, mesmo se renovando, pode acabar, pois o ser humano só pode consumir a água potável, que se diminui cada vez mais com a poluição dos rios e dos recursos hídricos em geral. O solo, por sua vez, caso não seja preservado, também pode tornar-se improdutivo. As florestas sofrem com o avanço do desmatamento pelo mundo, de modo a prejudicar ainda mais a disponibilidade dos bens por elas fornecidos.

Segundo a Global Footprint Network, a humanidade costuma gastar anualmente um volume de recursos naturais que corresponde a 1,6 “Terras”. Se a tendência continuar, até 2030 os seres humanos consumirão duas vezes mais do que a natureza consegue oferecer – o planeta não conseguirá mais repor os recursos em velocidade compatível com o gasto da humanidade. O ser humano emite um volume maior de dióxido de carbono que os oceanos e florestas podem absorver. O mesmo ocorre em relação ao desmatamento, seca, erosão do solo, entre outros fatores.

Sobrecarga de recursos naturais da Terra x ano
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2013     22 de agosto
2014     19 de agosto
2015     13 de agosto
2016     08 de agosto

Ana Dom – Presidente da FUNVERDE, Vice-presidente do IDEAIS.

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