Por Ellen Nemitz · ECO - 18 de dezembro de 2024 - Câmara ressuscitou “jabutis” da…
Sete razões para você se preocupar com os testes sísmicos e a pesquisa da ANP
Comboio de caminhões vibradores percorreram estradas vicinais no Oeste do Paraná, em cidades onde os testes sísmicos e pesquisas podem impactar severamente a atividade agrócila, a economia, a biodiversidade e a qualidade de vida das pessoas. Foto: COESUS/350Brasil
Ao contrário do que afirmam os técnicos da ANP e da empresa contratada, os testes sísmicos são nocivos ao ambiente e podem produzir danos severos, e até irreversíveis, ao ambiente, bem como prejuízos materiais e psicológicos às pessoas e stress aos animais
A Agência Nacional de Petróleo e Gás (ANP) está realizando desde meados de 2015 testes sísmicos para pesquisa geológica na Bacia Sedimentar do Paraná nos estados do Paraná, Santa Catarina e São Paulo. Um comboio de caminhões vibradores percorre as rodovias emitindo ‘vibrações’ – ou terremotos induzidos – gerando ondas que atravessam as rochas, retornam à superfície e são registradas.
A COESUS – Coalizão Não Fracking Brasil pelo Clima, Água e Vida – e 350.org Brasil e América Latina alertam a população para os verdadeiros riscos e perigos dos testes sísmicos.
1 – As ‘ondas’ emitidas pelos caminhões vibradores são na verdade terremotos induzidos, que perpassam o subsolo e podem impactar o meio ambiente e danificar severamente estruturas de alvenaria como residências, edifícios, barracões e até igrejas. Os terremotos induzidos também provocam fissuras e danos materiais que podem comprometer a infraestrutura de estradas, pontes e até barragens.
2 – Qualquer atividade sísmica impacta toda a fauna silvestre, os animais domésticos e de produção (bovinos, suínos, aves e outras espécies). Os animais pressentem o perigo diante da iminência dos terremotos ou outros eventos radicais da natureza, buscando refúgio para preservação da vida. No caso de terremotos induzidos gerados pelos testes sísmicos, os animais ficam desorientados e sofrem um alto nível de stress que provoca fugas mortais, abortamento e nascimentos prematuros, além de ataques de ansiedade e medo.
3 – Assim como os animais, as pessoas também estão sujeitas ao stress provocado pela atividade sísmica. A ansiedade e medo de que suas casas podem ser impactadas com terremotos coloca a população em alerta permanente e causar transtornos psicológicos diante do perigo.
4 – Os testes sísmicos feitos pela empresa contratada pela ANP são fatais para os peixes dos rios, lagos e tanques escavados. A morte de alevinos e a perda de ovas ocorrem após qualquer atividade sísmica, mesmo de baixa intensidade, impactando a biodiversidade e a economia local.
5 – Toda e qualquer atividade sísmica artificial pode acelerar a descentralização de camadas geológicas que até hoje não apresentaram movimentação. Neste caso, realizar testes sísmicos representa um alto fator de risco para a ocorrência de terremotos que podem gerar impactos catastróficos.
6 – As informações da composição geológica obtidas pelos testes sísmicos irão fundamentar os leilões da ANP, que pretende vender o subsolo para a exploração do gás de xisto pelo método não convencional chamado fraturamento hidráulico, ou FRACKING. Isto sem consultar a população das cidades que não é informada da natureza e objetivos reais dos testes, muito menos dos riscos e impactos.
7 – Por fim, tão grave quanto, os testes sísmicos são a primeira etapa do cronograma para extração do gás de xisto do subsolo. Após o mapeamento da presença de hidrocarbonetos como petróleo, carvão e gás convencional e não convencional, será necessário perfurar poços para pesquisar (e constatar) o real potencial das reservas através do fraturamento hidráulico, tecnologia altamente poluente, grande consumidora de água e que causa impactos ambientais, econômicos e sociais.
Nós da COESUS, 350.org Brasil e entidades parceiras reforçamos que os testes sísmicos e as pesquisas são tão nocivos quanto a tecnologia em si. No Paraná, a Lei 18.947/2016 suspende por dez anos o licenciamento para operações para extração do gás de xisto por fraturamento hidráulico, inclusive as fases de testes e a pesquisa.
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Fonte – Não Fracking Brasil de 30 de janeiro de 2017
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