Por Ellen Nemitz · ECO - 18 de dezembro de 2024 - Câmara ressuscitou “jabutis” da…
Sistemas agroecológicos mostram que transgênicos não são solução para a agricultura
Em muitas ocasiões, a solução para o futuro está no resgate do conhecimento do passado.
Leia onde diz que o governo está dificultando a pesquisa por interesse de grandes produtores de sementes.
Isso me lembra das petroquímicas – aliás, toda bandidagem me lembra das petroquímicas, que preferem destruir o mundo do que perder 1% do seu faturamento.
Jornal do meio ambiente
Procurando melhorar o sabor e o valor nutricional de seus pães, um grupo de “padeiros camponeses” franceses está buscando variedades antigas de trigo, muitas das quais não têm sido plantadas por mais de um século.
Realizando experimentos com estas variedades, eles estão descobrindo que algumas apresentam vantagens inesperadas, como provocar taxas muito menores de intolerância ao glúten entre consumidores do que os pães industrializados.
Em diferentes partes da França pequenos grupos de agricultores, principalmente orgânicos, continuam a produzir pães bons e nutritivos, apesar da crescente dominação da panificação industrial.
Por várias décadas, o trigo tem sido geneticamente melhorado pelas empresas sementeiras para responder às necessidades dos grandes produtores de trigo e das grandes panificações industriais, que não são as mesmas dos agricultores orgânicos e padeiros artesanais.
Foi por este motivo que padeiros camponeses, inicialmente de forma isolada, começaram a buscar as variedades antigas de trigo.
Não foi fácil, pois estas variedades vinham sendo negligenciadas por mais de meio século.
Os padeiros camponeses tiveram que buscar junto a agricultores que conservaram as variedades antigas e também em bancos de sementes do INRA (Instituto Nacional de Pesquisa Agrícola da França).
Alguns agricultores apenas multiplicaram as variedades obtidas, enquanto outros, mais ambiciosos, começaram a melhorar as variedades antigas para que elas se adaptassem a diferentes regiões, climas, sistemas de manejo, e também para que servissem à produção artesanal de pão.
A partir da articulação de iniciativas neste campo foram criadas novas redes de intercâmbio de sementes entre padeiros agricultores de várias partes da França.
Entretanto, segundo a legislação francesa atual, estas trocas de sementes entre agricultores são ilegais.
Muitas organizações européias têm lutado junto à Comissão Européia pela criação de um sistema de registro paralelo para as chamadas “sementes de conservação”, que possa flexibilizar as rígidas normas de registro que ameaçam a biodiversidade de plantas cultivadas.
Mas como o lobby das indústrias sementeiras é muito forte, tem sido difícil alcançar um consenso neste sentido e este trabalho tem sido sistematicamente adiado.
A experiência francesa ainda é de pequena escala.
No total, existem cerca de 100 padeiros camponeses, trabalhando de diferentes maneiras com variedades tradicionais de trigo.
A maior parte deles possui seu próprio moinho, o que os torna capazes de vender tanto farinha, como pão.
Mas na Inglaterra alguns moinhos tradicionais começaram a comprar as variedades tradicionais de trigo, o que significa que padeiros mais pobres, que não têm seu próprio moinho, estão podendo começar a cultivar as variedades antigas também.
Baseado no texto “Bread of Life”, de Hélène Zaharia:
http://www.grain.org/seedling/?id=470
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