Segundo estudo global da fundação Ellen MacArthur, instituição sem fins lucrativos que desenvolve e promove a economia circular em empresas, amenizar o impacto ambiental causado pela produção e descarte de itens plásticos depende da capacitação de profissionais envolvidos no processo de produção.
De acordo com o estudo, chamado de “Inovação na Origem: um guia de soluções para embalagens”, designers, profissionais de marketing e engenheiros são as figuras centrais em uma nova lógica de inovação sustentável.
A mentalidade inovação nas empresas deve estar aplicada a três estratégias da economia circular: eliminação, reuso e circulação de materiais. O estudo aponta as principais tendências para eliminação de plástico. Entre elas está a remoção de embalagens, filmes plásticos e lacres desnecessários. Apoiado por estudos de caso de todo o mundo, o guia aponta empresas que têm destacado com projetos inovadores de economia circular nessas três frentes.
O Walmart foi uma das empresas a remover filmes plásticos de seus produtos. O estudo aponta que a rede varejista tem deixado de usar o material transparente para embalar produtos de cuidados pessoais. Ao final do 2022, a estimativa é de que a iniciativa terá eliminado mais de 8 toneladas de plástico.
A Samsung também é citada como exemplo de eliminação do material. A empresa de eletrônicos extinguiu o plástico que envolve os carregadores de smartphones, substituindo o brilho das peças por um material fosco que dispensa proteção plástica.
Sob o ponto de vista do reuso, a Fundação Ellen MacArthur destaca o investimento de 500 milhões de dólares da Cola-Cola América Latina para colocar em andamento o seu projeto de garrafa PET universal.
O design do produto pode ser compartilhado entre diferentes marcas de refrigerante, reduzindo até 47% das emissões dos gases de efeito estufa, quando comparadas às garrafas PET de uso único.
Inovação na prática
Para Thaís, para trazer a inovação para a cadeia de produção do Brasil, é preciso que empresas passem a enxergar a oportunidade de criarem produtos duráveis. “Hoje, a maior parte dos produtos são pensados para ter uma vida única. A solução para isso é que companhias passem a olhar para um produto pensando no que ele pode se tornar no futuro”, diz. Segundo ela, apesar de ter um contexto diferente do que é visto globalmente, sobretudo na Europa, o Brasil tem iniciativas positivas, tal como cooperativas de grande porte – e também pode se destacar em inovação no setor. “Existem várias formas de inovação, mas elas acabam sendo consequência de um processo de produção consciente”, diz.
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