Por Ellen Nemitz · ECO - 18 de dezembro de 2024 - Câmara ressuscitou “jabutis” da…
Ultrapassamos os níveis de emissao de CO2 na Terra
O que representa a marca dos 400 ppm para a vida do planeta
Estamos no último dia do mês de setembro, mês que registrou uma concentração de 400 partes por milhão (ppm) de dióxido de carbono (CO2). Isso significa, de acordo com cientistas, um marco problemático, pois, oficialmente, este é o primeiro ano a chegar a essa marca, logo em um mês em que, comumente, eram registrados os menores índices.
O valor assusta porque a possibilidade de essa marca ser reduzida é praticamente nula. De acordo com O Globo, o cientista Ralph Keeling, responsável pelo programa de monitoramento de CO2 do Instituto Scripps para Oceanografia, mostrou-se bastante pessimista em seu prognóstico. “Excursões breves para valores mais baixos são possíveis, mas já parece seguro concluir quenão veremos um valor mensal abaixo de 400 ppm neste ano — ou nunca mais num futuro indefinido”, disse ele. O pessimismo também tomou conta de Gavin Schmidt, cientista-chefe da Nasa, para quem nunca mais haverá um mês que registre menos de 400 ppm.
As menores taxas de concentração de dióxido de carbono costumavam ocorrem em setembro porque as plantas do hemisfério Norte crescem mais durante o verão. Em outubro, com a chegada do outono, as árvores perdem as folhas, que entram em decomposição, liberando o carbono que estava estocado.
Historicamente, as variações dos últimos 800 mil anos, desconsiderando o período industrial, de concentração de CO2 na atmosfera não variou muito, ficando entre 180 ppm e 280 ppm. Apenas durante a época conhecida como Mioceno, entre 16 milhões e 12 milhões de anos atrás, houve um registro próximo do atual.
Embora os esforços do Acordo Climático de Paris prevejam medidas para diminuir a concentração de CO2 na atmosfera, talvez elas cheguem tarde demais. Mesmo se as emissões fossem interrompidas agora, seus efeitos levariam décadas para serem sentidos, o que mostra o quanto estamos em direção a um caminho sem volta. E pior: com consequências desastrosas para o planeta e para a nossa espécie.
O marco de 400 ppm nos diz que nós não estamos conseguindo implementar medidas verdadeiramente eficientes para evitar o aquecimento global.
Fonte – Gisella Meneguelli, GreenMe de 30 de setembro de 2016
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