Entrevista concedida pela FUNVERDE para a revista HM! sobre as malditas sacolas plásticas de uso…
Uma nova moral
by Eismann
Uma crescente inquietude ronda o meu coração: a espécie humana, que adota a destruição da natureza enquanto tática de sobrevivência, conseguirá inverter a tempo sua lógica destrutiva?
Efeito estufa, redução da camada de ozônio, chuva ácida, desertificação, encolhimento das florestas tropicais e recifes de corais, poluição aquática, lixo urbano, manipulação genética de sementes, destruição dos mangues, salinização das terras, agrotóxicos, tráfico de animais, redução da biodiversidade, perda de solos e outras agruras mais.
A Terra está ficando enferma. É preciso ajudá-la. Ajudá-la?
A idéia da Terra enquanto paciente enfermo, necessitando a cura através da ação de humanos comprometidos com seu bem-estar, é de uma inocência que faz doer. A tarefa moral que, presunçosamente, nos atribuímos de curar a Terra doente, além de arrogante, é a prova cabal da capacidade que temos de nos iludir. A pretensão do homem, de responsabilizar-se pelo planeta, chega a ser cômica. É a Terra quem toma conta de nós, não o contrário.
Somos numerosos, poderosos e perigosos. Mas, o somos para nós mesmos. Para o planeta, não passamos de uma praga recém-chegada, temporária, que dá leite e caminha em pé.
Na verdade, temos que nos proteger de nós mesmos.
Temos que nos proteger da falsa crença de ser a espécie eleita; a única criada à imagem e semelhança do Criador; a única que recebeu licença divina para colocar as demais espécies a seu dispor. Devemos entender que a espécie humana é governada pelas mesmas leis que governam os outros animais.
Temos que nos proteger da visão gananciosa, fantasiosa e fastigiosa de que o planeta é o Éden, que recebemos por divina herança e, assim, por sacro direito, só nos resta usufruir (e cuspir o bagaço).
Temos que entender que nós, seres humanos, não somos o centro da vida. Que não somos mais importantes (nem menos) que nenhuma espécie viva. Que a vida existiu antes de nós e continuará existindo depois nós.
Assim, não somos sequer importantes para que a vida exista.
Somos uma espécie altamente inventiva mas exageradamente destrutiva.
Com a engenharia genética, estamos perto de decidir o que fazer a respeito de nossa própria hereditariedade. Alterar não só a anatomia e inteligência da espécie mas, também, as emoções e impulsos criativos que compõem o cerne da natureza humana.
Representamos uma ameaça para nós mesmos, não para o planeta.
Caso nossa espécie admita isso e abandone o velho conceito antropocêntrico, deixará o caminho da própria extinção e tomará o mesmo barco das espécies que se utilizam da solidariedade enquanto estratégia de sobrevivência. E, por isso mesmo, sobrevivem.
Isso nos coloca diante de escolhas morais jamais defrontadas.
Simples, mas óbvio: o bem-comum é o centro desta nova moral, revolucionária porque foca quem, realmente, está enfermo e precisa de ajuda. Revolucionária, também, porque ao dar o diapasão à espécie tão agressiva e moralmente dissonante, reduz as chances de qualquer sobressalto futuro.
O foco somos nós, não o planeta.
Você pode achar utópico. Mas, como diz o espanhol Enrique Figueroa:
Utopia é um lugar que não existe mas que só os imbecis duvidam que não possa existir.
Ano Novo.
Hora de rever.
Chances de mudar.
Vamos tentar?
Luiz Eduardo Cheida
Acho bom ke se preocupem com o nosso meio ambiente hoje, é difícil encontrar sites com tanta clareza e comprometimento com esse assunto.Parabéns
Eh bom ver como ainda existem pessoas que se preocupam com o nosso Meio Ambiente. As pessoas estão se dando conta do enorme problema q estamos enfrentando e ainda vamos enfrentar por atitudes estúpidas contra a nossa MÃE NATUREZA!!!! Parabéns pelo trabalho de vcs!