Por Jennifer Ann Thomas - Veja - 26 de janeiro de 2022 - Defensores do meio…
Usina Candiota 3 é desligada enquanto busca novo contrato!
Por Jefferson Klein – Jornal do Comércio RS – 2 de janeiro de 2025 – Termelétrica a carvão interrompeu operação no dia 1º de janeiro – Foto: CGT Eletrosul/ Divulgação /JC.
Motivo de muitas discussões nos últimos anos entre defensores e críticos, a termelétrica a carvão Candiota 3 foi desligada nesta quarta-feira (01/01/2025), após o encerramento do seu contrato de compra e venda de energia.
A expectativa da empresa responsável pela usina, a Âmbar Energia, é de que a situação seja apenas momentânea e que logo um novo acordo de comercialização da geração da unidade seja confirmado.
Porém, essa conclusão mais célere dependerá de uma decisão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva quanto ao Projeto de Lei (PL) 576, que aguarda sua sanção.
A assessoria de comunicação da Âmbar recorda que o Projeto de Lei que foi aprovado no Congresso permite que a contratação de Candiota 3 se estenda até 2050.
“Se for sancionado, serão apenas alguns dias sem geração”, informa a companhia.
No entanto, o foco do PL 576 é a energia eólica offshore (no mar) e o tópico que prorroga os contratos de termelétricas a carvão que vencem até 2028 foi inserido no texto através de um “jabuti”, termo usado para trechos colocados em um projeto, mas que não têm relação com seu tema central.
Ainda há a possibilidade do artigo 22, que trata desse assunto especificamente, ser vetado por Lula, o que faria com que houvesse uma nova discussão no Senado, que poderia derrubar ou não o eventual veto.
O presidente, pelos trâmites regulamentares, tem até o dia 10 de janeiro para expor sua decisão.
O presidente da Associação Brasileira do Carbono Sustentável (ABCS), Fernando Zancan, afirma que o setor carbonífero trabalhou cerca de dois anos para que não ocorresse esse momento (de desligamento da térmica).
“Queríamos chegar em 1º de janeiro de 2025 com a usina contratada”, assinala o dirigente.
Ele recorda que o fato de 2024 ter sido um ano eleitoral, acabou atrasando o processo.
Zancan espera que o presidente Lula aprove o PL 576, sem vetar o artigo que contempla Candiota 3, porque caso contrário será aberta uma enorme interrogação sobre o tema.
“Seria um problema seríssimo para toda a comunidade (da região de Candiota)”, diz o presidente da ABCS.
Ele reforça que não é o ideal “girar uma chave” e fechar a usina, criando impactos na segurança do setor elétrico e em postos de trabalho.
Já o engenheiro ambiental do Instituto Internacional Arayara, John Fernando de Farias Wurdig, argumenta que o setor do carvão buscou tratar a questão através dos jabutis no PL e nunca foi pensado um plano de transição energética justa e sustentável.
Ele ressalta ainda que, sendo vetado o artigo que beneficia o uso do mineral, o segmento carbonífero fará lobby no Senado para retirar o veto, gerando um desgaste político muito grande.
Além disso, o integrante do Arayara adianta que, se isso acontecer, a questão deverá se arrastar por meses.
Wurdig adverte que, mesmo caso a legislação garanta sobrevida à termelétrica, a usina tem sérios problemas ambientais e de operação, afetando sua sustentabilidade financeira.
“Era para já estar se destinando recursos para a aposentadoria compulsória desses trabalhadores (da térmica), porque é um empreendimento fracassado”, aponta o engenheiro.
Wurdig ressalta que o poder público sabia que o contrato de Candiota 3 acabava no começo deste ano e já devia ter programado uma transição energética, dando opções de outras fontes de emprego e renda na região, além da térmica, que deveria ser desativada.
Ele aponta que a unidade é uma das que mais emite gases de efeito estufa entre as usinas fósseis brasileiras.
Leia a matéria completa aqui.
Este Post tem 0 Comentários