O mundo precisa zerar as emissões de gases de efeito estufa. (O óbvio!)

É o que afirma Bill Gates no primeiro capítulo do livro “Como evitar um desastre climático – As soluções que temos e as inovações necessárias”, lançado recentemente no Brasil.

“Há dois números que você precisa ter em mente sobre mudanças climáticas.

Um é 51 bilhões.

O outro, zero”, afirma. “Cinquenta e um bilhões são as toneladas de gases de efeito estufa que o mundo lança à atmosfera anualmente.

É onde estamos hoje. Zero é o que devemos almejar”, explica.

Para Bill Gates, parece difícil, e será. “O mundo nunca fez nada tão ambicioso assim.

Todos os países terão de mudar seus hábitos.

Praticamente toda atividade na vida moderna — cultivar coisas, fabricar coisas, deslocar-se de um lugar para outro — envolve a liberação de gases de efeito estufa”, lembra, acrescentando que se nada mudar, as mudanças climáticas continuarão a se agravar e o impacto sobre os seres humanos será catastrófico.

Não é possível subestimar a dimensão do desafio

Em entrevista para a BBC, Gates afirmou que não é possível subestimar a dimensão do desafio. “Nunca fizemos uma transição como a que precisamos fazer nos próximos 30 anos.

Não há precedente para isso”, diz ele.

A resposta, segundo Gates, está em um esforço de inovação em uma escala que o mundo nunca viu antes. “E isso tem que começar com os governos”, argumenta.

“Isso vai exigir um grande investimento por parte dos governos em pesquisa e desenvolvimento, antecipa Gates, assim como apoio para permitir o crescimento do mercado de novos produtos e tecnologias, ajudando a baixar os preços”, explica.

O foco de Gates está em como a tecnologia pode ser usada para alcançar o zero carbono.

“Fontes renováveis de energia, ​​como solar e eólica, podem nos ajudar a descarbonizar a eletricidade, mas, isso representa menos de 30% das emissões totais”, afirma. “Também vamos ter que descarbonizar os outros 70% da economia mundial: aço, cimento, sistemas de transporte, produção de fertilizantes e muito, muito mais”.

A má notícia, afirma: chegar a zero será realmente difícil. “A boa notícia: é possível conseguir”.